Nascimento:
Na manhã do dia 13/12/2011, eu levantei com a sensação de que minha barriga estava muito mais pesada e não havia dormido por causa das dores ao longo da madrugada.
Ainda fiz o almoço com muita dificuldade esperando minha sogra chegar para irmos ao médico para uma avaliação.
O nascimento da Maria Victória estava previsto para o dia 20 de dezembro, ou seja, na próxima semana, quando eu completaria 40 semanas de gestação.
Porém a situação que eu estava aquele dia... Ligamos para o obstetra e deixamos recado para ele de que eu estava incomodada com dores e que estava indo para a Maternidade para uma avaliação. Já a caminho da maternidade, recebemos uma ligação do seu consultório para que eu fosse para lá. Então mudamos nosso destino, literalmente. Fui examinada por ele e ele vendo que eu já estava em trabalho de parto, preencheu a guia e me pediu para ir à maternidade e me internar porque iria me operar as 18h00min.
Enfim, me chamaram! A equipe do meu obstetra já estava de prontidão e logo a Maria Victória nasceu às 19h15min. Seu choro era forte e dengoso, pesou 2.745. Quando os médicos começaram a tirá-la de mim, eu chorei, pensando: “Até que fim irá conhecer minha filha, a menina que esperei por anos da minha vida”. Estava tão emocionada!
Trouxeram-na para mim, era linda, perfeita e chorava muito. Logo, fizeram a avaliação dela e ela recebeu apgar 9-10. Eu estava realizando meu sonho, estava tendo uma menina!
Fui para o apartamento e fiquei aguardando ela e seu pai chegarem, pois ele logo após o parto foi para casa ver como estavam meus meninos e providenciar algumas coisas que esquecemos.
Ela chegou primeiro, mamou muito bem e passou a noite bem ao meu lado, a maior parte do tempo mamando, foi mais uma noite que eu não dormi, mas ainda não me sentia cansada, pois estava fascinada com o nascimento da minha filha. Algumas vezes ela foi para o berçário do andar para troca de fraldas conforme procedimento do hospital. Pedia a enfermeira para me deixar trocá-la, mas a mesma me dizia que era procedimento do hospital.
-Minha alta médica, sem minha filha em meus braços-
Saí da UTI aos prantos e toda aquela noite nós choramos muito, estavam eu, meu irmão e meu marido. Ele se ajoelhou no quarto e em oração, grita por Deus pedindo pela vida da nossa filha.
No primeiro momento eu acreditava que a qualquer momento ela podia reagir, pois não falaram para nós de imediato o real quadro dela, só diziam que ela estava inconsciente, eu teve uma parada cardiorrespiratória, mas que estava bem. Então eu acreditava que a qualquer momento ela iria reagir, mas ela não reagia.
No dia seguinte, me deram alta do hospital. Arrumei minhas coisas meio desorientada e me lembro de ter ido a UTI com a esperança no meu coração deles me dizerem, que a Victória tivesse acordado ou que ela quisesse mamar, pensava nisso o tempo todo, enquanto ficava acariciando ela na incubadora, então, meu marido me pegou pelo braço e me disse: “Vamos, a gente tem que ir”. Eu caí em prantos, a dor era imensa, sair dali e deixar minha filha para traz? Entrar em casa sem ela. Imaginava que eu jamais poderia fazer isso.
-A tragédia no berçário-
Eu adormeci e desse momento em diante não percebi mais nada, até ser acordada pela pediatra Dra Rafaela.
Por volta das 4hs da manhã, Maria Victória ainda estava chorando muito, seu pai percebeu que sua fralda estava úmida e então foi até o berçário e a entregou para a atendente de enfermagem, Priscila, pedindo que trocasse a fralda e a devolvesse no quarto.
Ele voltou para o quarto, encostou-se ao sofá e como a Maria Victória demorou em voltar, acabou adormecendo também.
Por volta das 7hs da manhã eu num sono leve ouvi o barulho do hospital, mas ainda com dificuldades de abrir os olhos quando uma pessoa entrou no quarto, acendeu a luz do banheiro, segurou meu braço e disse: “Mãe, acorda! O coraçãozinho da sua filha parou no berçário”. Entrei em desespero, pedia chorando para ver minha filha e ela acrescentou: “Calma, está tudo bem, ela está na UTI”. Ainda olhei para o monitor e me percebi que ela não estava ali ao meu lado e nem no monitor. Lembrei que pelo horário que ela estaria com fome e pedi para a médica para me levar a UTI. Ela nos pediu algum tempo e alguns minutos depois veio alguém que nos acompanhou até a UTI. Lá encontramos a Maria Victória desacordada, respirando por aparelhos com o queixinho batendo, segundo os médicos, aquilo era convulsão.
Foi o dia inteiro assim e eles não sabiam nos explicar o que aconteceu! Nós questionamos o tempo todo e eles sempre pediam para aguardar um ou outro médico de qualquer especialidade onde eles suspeitavam de doenças e estava investigando.
Lembro-me de chegar na UTI a tarde e encontrar a pediatra Dra. Sandra examinando ela que me olhou com jeito furioso e me perguntou: “O que aconteceu com esse bebê, hein?!”
No fim da noite, insistimos muito em saber o que aconteceu com nossa filha e nos levaram para conversar com o neurologista Dr. Vinicius que me disse: “Mãe, o que aconteceu com a sua filha foi muito grave, ela é o caso mais grave da UTI. A chance dela sobreviver é mínima”.
-A notícia mais horrível da minha vida: Minha filha se foi.
Tinha medo que estivesse em casa e me ligassem do hospital ou que o celular tocasse a noite, até que em uma noite ele tocou. Foi na madrugada do dia 23 de janeiro, acordamos com o hospital tocando e quando meu marido atendeu era uma pediatra pedindo para a gente ir ao hospital que a Maria Victória estava grave.
Essa era a segunda vez que alguém desse hospital me acordava para me dar péssimas notícias sobre a minha filha e dessa vez foi fatal.
Entrei na UTI, eu a peguei no colo, apertei contra o meu peito e chorei muito. Nunca tinha passado por uma dor tão grande.
A pediatra que estava no plantão nos informou que o hospital não podia dar o laudo da sua morte porque não sabiam a causa e que por isso teríamos que pedir o SVO (Serviço de verificação de órgãos do Hospital da clinicas).
Fomos até a delegacia e fizemos um boletim de ocorrência pedindo o serviço, retiram seu corpo e levaram até o IML no Hospital das clinicas, quando a perita foi examina-la, disse que não podia fazê-lo porque ela tinha fraturas e tinha que ser encaminhada ao IML como morte suspeita.
Após ser examinada pelo IML veio à confirmação na certidão de óbito como causa da morte, fratura de arcos costais, septicemia e broncopneumonia.
Essa notícia nos foi absurda! Como essa menina se fraturou? Porque quando vinham nos dar os boletins médicos nunca falaram nada, nunca falaram de infecção generalizada (septicemia)?
Nosso sonho se foi, se acabou e daí começou a nossa luta: Descobrir o que aconteceu com a Maria Victória no berçário do Hospital Santa Joana quando ela estava na responsabilidade daquelas pessoas, mas precisamente da atendente de enfermagem Priscila.
A polícia de São Paulo, tendo recebido através do boletim de ocorrência o laudo do IML instaurou um inquérito policial para investigar sua morte.
Nós pais, prestamos depoimentos e em meio a toda aquela luta e dor descobrimos que o hospital abriu dois processos contra nós. Crime contra honra e outro cobrando 280.000,00 de internação em UTI.
Nossa filha nos deixou por negligencia no Hospital e Maternidade Santa Joana.
Ela foi levada ao berçário no terceiro dia de vida para uma troca de fralda e a deixaram cair.
Resultado, quando fomos comunicados, ela já estava na UTI em coma com convulsões e seguiu nesse quadro por 40 dias, onde o hospital "maqueou" o ocorrido, inventando inúmeras suspeitas de doenças que não foram confirmadas.
As fraturas encontradas nela pelo IML só foram descobertas porque tomamos a providência de fazer um BO no dia do seu falecimento, caso contrário estaríamos até hoje sem saber a principal causa da morte da nossa filha.
Infelizmente as médicas e atendentes de enfermagem que se envolveram ainda estão exercendo a função. Mas o Ministério público está investigando sua morte e levará essas pessoas a julgamento.
Queremos justiça!http://youtu.be/
COVARDIA,ABSURDO,SEM COMENTÁRIOS.ESTE HOSPITAL E "PROFISSIONAIS"JÁ PAGARAM POR ISSO?MÃE BJSS.
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